Elle com Isabelle Huppert, suspense que confunde.
Em sua primeira cena fica explicito o enredo da trama suspense…
Ao qual seguimos com a personagem de Isabelle Huppert (Michèle Leblanc) uma empresaria no ramo dos videogames, mulher forte e bem sucedida.
Ao longo das cenas percebemos uma “negação” do ataque sofrido pela protagonista.
Ela interage com o trabalho, dá ordens, vai as reuniões, se relaciona…
E nesse vai e vem de afazeres, Michèle torna o acontecido algo “dela”, onde ela tem que achar o criminoso que a atacou…
Não procura ajuda, pois ela suspeita de tudo e de todos.
Entre histórias que se conectam entre si, percebemos que o suspense é rico em seu roteiro, diálogos inteligentes e sofisticados.
Tudo acontece, todos se “relacionam” entre si, tem certa imoralidade, mas quase pueril.
O estupro é quase um fetiche no decorrer das cenas, personagens se revelam, conflitos se misturam…
E ficamos ali, a espera do estuprador, um personagem obcecado por Michèle, pois envia- lhe mensagens, quer ser notado.
Quase que um relacionamento da vítima com o seu agressor.
Michèle apesar da fortaleza vive atormentada pelo passado, a sua infância.
Filha de um pai sentenciado a prisão perpétua e uma mãe fora dos padrões da moralidade.
Ela chega a nos revelar uma amargura, um desprezo pelos seus.
Com um filho imaturo ao qual lhe dá despesas e mostra- se usado por sua mulher.
Vemos muitos desentendimentos entre eles.
Elle nos revela um cinismo, uma não fidelidade em todos os graus…
Vale conferir!
Nota 7,0
Considerações:
Com direção de Paul Verhoeven e roteiro de David Birke, o suspense nos faz recordar Instinto Selvagem, onde Sharon Stone (Catherine Tramell) tinha desejos fortes, uma mulher insaciável e muito sedutora.
A trama nos prende até a última cena, onde queremos saber até onde Michèle seduz e quer ser seduzida, se ela tem limites? Ou se tudo é permitido.
O filme é elegante e bem feito.
Crítica por Sanny Soares
Distribuidor Sony Pictures
sanny Soares é editora chefe e fundadora do Cidade da Mídia, jornalista, fotógrafa, artista plástica e crítica de cinema.
Em seu curriculum passou pela Revista Canal e o jornal O Campista.
Como fotógrafa é membro do renomado site Olhares e Fine Art Portugal.
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