Filme sobre grupo artístico do extremo leste de São Paulo encerrou Festival Latino-Americano de 2016 e participou do 40o Festival de Brasília
ESTOPÔ BALAIO dirigido por Cristiano Burlan (Fome) tem previsão de estreia em 16 de março.
O filme encerrou Festival Latino-Americano de 2016 e participou do 40o Festival de Brasília, onde foi selecionado para a Mostra a política no Mundo e o Mundo da Política.
O filme se passa no Jardim Romano, um bairro do extremo leste paulistano que há cerca de dez anos sofre com alagamentos decorrentes de enchentes. No ano de 2010, o bairro ficou três meses debaixo d água com aquela que seria a maior enchente que o Romano já teria vivido. Nasce, a partir do contato do Coletivo Estopô Balaio de criação, memória e narrativa com os moradores do bairro, uma residência artística que já resultou em três espetáculos que foram construídos a partir dos seus relatos e depoimentos a cerca de suas experiências com enchentes.
Desde 2014, Cristiano Burlan (diretor do premiado documentário “Mataram meu irmão”) acompanha o Coletivo em seu cotidiano no bairro. Estimulado pela comunhão do teatro com a comunidade, surgiu a ideia de realizar um longa-documentário a partir da inquietação: Como opera a arte em situações de trauma social?
O Coletivo Estopô Balaio é formado por artistas migrantes de diversas linguagens residentes na cidade de São Paulo. A partir da experiência pessoal de migração, o coletivo se orientou a investigar a memória migrante na cidade de São Paulo através de meios e modos de produção que partem da ideia de teatro documentário e biodrama.
Há cinco anos, o Estopô Balaio desenvolve uma residência artística no Jardim Romano, bairro do extremo leste paulistano que durante dez anos sofreu com enchentes decorrentes da falta de planejamento urbano da metrópole.
Os moradores em sua grande maioria migrantes vindos de localidades rurais do Nordeste Brasileiro, região caracterizada pela falta de água e altas temperaturas, se filiaram à cidade de São Paulo através das bordas do tecido urbano e assim foram invadindo uma parte da região de várzea do rio Tietê.
As águas inundam com frequência as casas, as ruas e devastam o cotidiano dos moradores, que são obrigados a reinventar a vida, a criar perspectivas de sobrevivência e de re-existência. A arte se alia a esse processo.
São todos atores nesse processo de fabular a própria vida. Todos pactuam com o ato teatral. O coletivo criou uma residência artística no Jardim Romano no intuito de investigar esta memória social a partir de processos criativos que reúnem artistas, moradores e jovens moradores que vem se formando artisticamente através de atividades de formação desenvolvidas na sede do Coletivo.
Processos de intervenção urbana, ensaios de cena na rua, saraus, espetáculos festa, projeção de filmes em espaços públicos, instalações e espetáculos teatrais foram criados a partir dos depoimentos dos moradores sobre suas experiências com as águas, mas também, trouxeram eles como protagonistas dessas experiências e atores sociais a resinificarem sua memória.
Sinopse:
No Jardim Romano, bairro do extremo leste paulistano que sofre constantemente com enchentes, reside artisticamente o Coletivo Estopô Balaio. Em 2010, o bairro ficou submerso por três meses. Os moradores foram obrigados a reinventar a vida, a criar perspectivas de sobrevivência e de re-existência. Como opera a arte em situações de trauma social?
FICHA TÉCNICA:
ESTOPÔ BALAIO
Direção: Cristiano Burlan
Produção: Ana Carolina Marinho Henrique Zanoni
Fotografia e Câmera: João Macul Cristiano Burlan
Roteiro: Ana Carolina Marinho Cristiano Burlan Marcelo Paes Nunes
Montagem: Marcelo Paes Nunes Cristiano Burlan
Coletivo Estopô Balaio: João Júnior, Adrielle Rezende, Ana Carolina Marinho, Ana Maria Marinho, Bruno Fuziwara, Clayton Lima, Edson Lima, Keli Andrade, Juão Nin, Lisa Ferreira, Paulo Oliveira, Ramilla Souza, Wemerson Nunes, Amanda Preisig e Jhonny Salaberg
Duração: 78min
Ano: 2016
Gênero: Documentário
Classificação: Livre
Estopô Balaio/ Youtube
Distribuição: Bela Filmes
PAULA C FERRAZ
Assessora de Imprensa
Foto de capa: Ramilla-Souza.
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