Filme de Carolina Markowicz está na principal mostra competitiva do Festival canadense onde será exibido dia 11 de setembro
Dirigido e escrito por Carolina Markowicz, CARVÃO, começará sua carreira internacional no próximo mês. Sua première mundial será na principal mostra competitiva do Festival Internacional de Toronto (08 a 18 de setembro), e depois, será exibido no Festival de Cinema de San Sebastian (16 a 24 de setembro). O filme está entre os inscritos para disputar a vaga para representar o Brasil no Oscar 2023, na categoria Melhor Filme em Língua Estrangeira, e caso seja o escolhido já poderá começar sua campanha internacional durante os Festivais.
CARVÃO é produzido pela Superfilmes, e coproduzido pela Biônica Filmes e pela argentina Ajimolido, o longa será lançado nos cinemas pela Pandora Filmes. O representante internacional do filme é a Urban, (mesma sale dos filmes Plan 75 –premiere em Cannes 2022, e La Civil de Cannes 2021).
No filme, Maeve Jinkings (O Som ao Redor, Boi Neon e Aquarius) interpreta Irene que, com seu marido, Jairo (Romulo Braga), tem uma pequena carvoaria no quintal de casa, numa cidade do interior. Eles têm um filho pequeno, Jean (Jean Costa), e o pai dela não sai mais da cama, não fala, não ouve.
Tudo muda quando decidem hospedar em sua casa, em troca de uma boa quantidade em dinheiro, um estrangeiro misterioso, interpretado pelo argentino César Bordón (Relatos Selvagens e Mulher sem Cabeça). A chegada do homem, um sujeito pouco simpático que não fala português, transforma, não necessariamente para melhor, a dinâmica da vida da família de Irene, além de os colocar risco, a ponto dela pensar se aquilo tudo vale a pena. O elenco também conta com Camila Márdila (Que Horas ela Volta?) e Aline Marta.
A cineasta, que faz parte da Academia do Oscar desde 2021, já é conhecida do Festival de Toronto, no qual exibiu três curtas: “O órfão”(2018), “Namoro à distância” (2017) e “Edifício Tatuapé Mahal” (2014). Além disso, ela também participou do TIFF Filmmaker Lab, em 2015.
CARVÃO, por sua vez, chega com a bagagem de ter participado de diversos laboratórios, e contar com parceiros internacionais: Ibemedia, Cinemart, Australab, Cine en Construcción, First Cut e First Cut +.
Além disso, neste ano, o filme foi o vencedor do CICAE (distribuidores de cinema de arte europeu) awards, no Cine en Construcción Toulouse 2022, concedido a filmes na fase de pós-produção. Na justificativa do prêmio, o júri ressaltou a originalidade da história, além do trabalho de direção, e um alto potencial de público.
A diretora explica que, com o filme, pretende fazer um retrato do Brasil contemporâneo cada vez mais anestesiado diante dos absurdos. Rodado em Joanópolis, interior de São Paulo, Markowicz explica que a trama se situa num mundo retrógrado e conservador.
A equipe artística de CARVÃO conta direção de fotografia de Pepe Mendes (“O Órfão”); direção de arte de Marines Mencio (“Meu nome é Bagdá”) e Natalia Krieger (“Um loiro”); montagem do argentino Lautaro Colace (“Esto no es un golpe”); figurino assinado por Gabi Pinesso (“O Órfão”); e a trilha sonora é de Filipe Derado (“O Órfão”) e do argentino Alejandro Kauderer (“Minha obra-prima”).
Sinopse
Numa pequena cidade do interior, uma família recebe uma proposta rentosa, mas também perigosa: hospedar um desconhecido em sua casa. Antes mesmo da chegada dele, no entanto, arranjos precisarão ser feitos, e a vida em família começa a se transformar. Porém, nenhum dos familiares, e muito menos o próprio hóspede, vê suas expectativas cumpridas.
“Carvão” é um retrato ácido de um Brasil onde impera a naturalização do absurdo.
Ficha Técnica
Diretora: Carolina Markowicz
Roteirista: Carolina Markowicz
Produtora: Zita Carvalhosa
Coprodutores: Karen Castanho, Alejandro Israel
Elenco: Maeve Jinkings, César Bordón, Jean Costa, Camila Márdila, Romulo Braga, Pedro Wagner, Aline Marta
Fotografia: Pepe Mendes
Edição: Lautaro Colace
Música: Filipe Derado e Alejandro Kauderer
Edição de Som: Diego Martinez/Filipe Derado
Direção de Arte: Marines Mencio/Natalia Krieger
Figurino: Gabi Pinesso
Sobre Carolina Markowicz
Carolina é roteirista e diretora radicada em São Paulo.
Ela escreveu e dirigiu 6 curtas-metragens selecionados para cerca de 300 festivais como Cannes, Locarno, Toronto, SXSW, AFI e foi premiada mais de 70 vezes.
O “Orfão” é o curta-metragem mais reconhecido de sua carreira. Estreou na Quinzena dos Realizadores – Cannes e foi o vencedor do Queer Palm, sendo o primeiro filme brasileiro a ganhar este prêmio.
“Tatuapé Mahal” representou outro destaque em sua carreira. Estreou no TIFF – Toronto Intl’ Film Festival em 2014, onde Carolina foi considerada uma das “cinco cineastas a serem observadas” pelo curador Shane Smith. Após seu lançamento online, foi incluído entre os Melhores do Ano do Vimeo Staff Picks 2017.
Carolina foi uma das 10 cineastas emergentes convidadas a fazer parte do TIFF Talent Lab. Ela também foi selecionada para o Berlinale Talents e para a Locarno Filmmakers Academy, onde fez parte de uma seleção no Indiewire que apresentou “Alguns dos novos cineastas mais emocionantes do mundo”.
Em 2019, foi convidada a fazer parte da SEE Factory, na qual co-escreveu e co-dirigiu o curta-metragem “Spit”, exibido no dia de abertura da Quinzena dos Realizadores – Cannes 2019.
Carolina também é co-criadora da série Netflix “Nobody is Looking”, vencedora do Emmy Internacional 2020.
Em 2021, Carolina foi convidada para ser membro da AMPAS, a Academia responsável pelo Oscar.
Atualmente está na pós-produção do longa-metragem “Pedágio”.
Sobre a Biônica Filmes
A Biônica Filmes foi fundada em 2012 por Bianca Villar, Karen Castanho e Fernando Fraiha. Produziu a série para a HBO: “PSI” indicada ao Emmy Awards 2015 na categoria “Melhor Série Dramática”; e os longas: “Os Homens São De Marte… E é Pra Lá Que Eu Vou!” (2014) de Marcus Baldini, visto por mais de 1,8 milhão de espectadores e ganhador do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro em 2015 na categoria “Melhor Comédia”; “Reza a Lenda” (2016), de Homero Olivetto, uma das 5 maiores bilheterias de 2016 e ganhador do Prêmio Especial do Júri no Tallin Black Nights 2016; “TOC – Transtornada, Obsessiva, Compulsiva” (2017) de Paulinho Caruso e Teo Poppovic, selecionado para o South by Southwest (SXSW) 2018.
No ano de 2017 foram lançados dois longas em que a Biônica é produtora associada: o documentário “Divinas Divas” de Leandra Leal, vencedor do Prêmio do Púbico – Global no South by Southwest (SXSW) 2017 e a comédia “La Vingança” de Fernando Fraiha, uma coprodução Brasil – Argentina vencedora do prêmio de Diretor Estreante do Brooklin Film Festival 2017.
Em 2018, três longas serão rodados pela Biônica Filmes: “Turma da Mônica -Laços” de Daniel Rezende, o primeiro live action baseado nas histórias da Turma da Mônica, “Eu Não Sou Cachorro, Não” de Rafael Gomes, uma comédia romântica musical com trilha original assinada por Arnaldo Antunes; e “Pedro” de Laís Bodanzky, uma coprodução Brasil-Portugal que contará a história de Dom Pedro I.
Em 2019 a produtora vai produzir “Rita Lee, uma autobiografia” (um longa-metragem de ficção e um documentário).
Sobre a Ajimolido Filmes
A Ajimolido Films é uma produtora criada em 2008 por Alejandro Israel. É coprodutora do filme “Carvão” de Carolina Markowicz. Desde a sua criação produziu filmes como “Los que Vuelven” de Laura Casabé, “Angélica” de Delfina Castagnino, “EL Invierno” de Emiliano Torres, “Invasión” de Abner Benaim e “La Forma Exacta de Las Islas” de Daniel Casabe & Edgardo Dieleke. Além disso, coproduziu “Pássaros Voadores” de Nestor Montalbano, “Maids and Bosses”, de Abner Benaim, e seu produtor associado de “Argentina” de Carlos Saura.
Sobre a Pandora Filmes
A Pandora é uma distribuidora de filmes independentes que há 30 anos busca ampliar os horizontes da distribuição de filmes no Brasil revelando nomes outrora desconhecidos no país, como Krzysztof Kieślowski, Theo Angelopoulos e Wong Kar-Wai, e relançando clássicos memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Federico Fellini, Ingmar Bergman e Billy Wilder. Sempre acompanhando as novas tendências do cinema mundial, os lançamentos recentes incluem “O Apartamento”, de Asghar Farhadi, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; e os vencedores da Palma de Ouro de Cannes: “The Square – A Arte da Discórdia”, de Ruben Östlund e “Parasita”, de Bong Joon Ho.
Paralelamente aos filmes internacionais, a Pandora atua com o cinema brasileiro, lançando obras de diretores renomados e também de novos talentos, como Ruy Guerra, Edgard Navarro, Sérgio Bianchi, Beto Brant, Fernando Meirelles, Gustavo Galvão, Armando Praça, Helena Ignez, Tata Amaral, Anna Muylaert, Petra Costa, Pedro Serrano e Gabriela Amaral Almeida.
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