Nada é Por Acaso/ Crítica

O longa baseado no best-seller homônimo de Zibia Gasparetto chega aos cinemas em 17 de novembro.

Nada é Por Acaso, com direção de Márcio Trigo (Bete Balanço, Os Cara de pau, Amor & Sexo) é um romance (2005) da escritora e médium Zibia Gasparetto adaptado para o cinema.

O filme com temática espirita é delicadamente mostrado ao espectador de uma forma curiosa, abrindo o leque e saindo dos dogmas presos a religiões.

Não exigindo bagagem espiritualista ou crenças, a história flui e salta do romance para o mistério e suspense, gêneros que tem um grande público.

A homogeneidade vista, é quase impactante, nos dando a entender que todos os personagens estão ligados e entrelaçados.

Como estamos falando de uma obra literária espiritualista, Nada é Por Acaso cresce no decorrer das cenas e diálogos entre seus personagens, mas se atem a narrativa do livro.

Marina/ Sofia é vivida por (Giovanna Lancellotti, Entre Abelhas, Sol Nascente) Marina é a personagem chave, onde tudo depende dela…

É misteriosa, enigmática, forte e com um segredo que a aprisionada e envolve e atinge todos ao seu redor, inclusive Maria Eugênia/Maria (Mika Guluzian, Ninã de mi Corazon, Soy Tu Fan)

Atormentada por se sentir inferior a sua mãe Adele (Raquel Rizzo, Oriundi, Sem Censura), empresária bem sucedida, personagem forte que nos faz prestar atenção nela.

Sua personagem vive um casamento feliz, mas que no decorrer das cenas, ela esconde uma ameaça a esse conto de fadas.

Tanto Marina, quanto Maria Eugênia não se conhecem, mas vimos flashes de suas lembranças e sequencias de vidas de outro tempo, onde vivem uma amizade e conflitos bem severos.

Os personagens vão chegando e acrescentando suas relações e segredos, e começamos a entender Marina, a entendermos Maria Fernando Alves Pinto.

Ficamos (torcedores) para que a história nos traga um final feliz, queremos o romance, o fim dos conflitos, esperamos a calmaria.

E há romance de Marina e Rafael Villard (Rafael Cardoso/ Espelho da Vida, Cara e Coragem), mas como existe (o mais) temos o segredo da personagem, que vai se afastando de Rafael, o cara certo na hora certa… Que soma e engrandece o bom moço.

A trama ora é romance, ora é suspense e ora podemos ter cenas hilárias, onde o vilão ganha a nossa antipatia, e também nos arranca uns risos… Pierre (Fernando Alves Pinto, Nosso Lar) investe em chantagear a doce Maria Eugênia e a ruir com o seu casamento com Henrique (Tiago Luz, Contracapa) que tem com a esposa, contas  de outra vida.

Vimos ainda Werner Schünemann, Bernardo, advogado e o braço direito de Adele/Rizzo.

E em destaque:

Cleo Queiroz (Eunice), Anastácia Custódio (Ofélia), Danielle Martini (Elvira), Camille Bonnenfant (Jamille), Guilherme Garcia (Cícero), Luma Rangel (Marcia), Bela Russo (Ana), Eduardo Giacomini (Gilberto), Pablito Kucarz (Denis), Ed Canedo (Afranio) e Henry Kovalski de Brito e Yan Kovalski de Brito (Dionísio – 01 ano – Gêmeos).

Considerações finais

Nada é por Acaso nos envolve e nos conta a história de épocas distantes, onde seus personagens têm muito a nos contar e a se acertarem.

As cenas vêm a nós e vamos descobrindo o ah então é isso!

Mas queremos o sobrenatural, amamos quando nos é dado o fator surpresa, quase que queremos ver espíritos…

Mas a temática oferecida é a suavidade dos conflitos, é pensarmos em atos, em escolhas ou na crueza do certo ou do errado.

Os personagens esbarram no crivo de seus julgamentos e sim no peso de suas ações, e  pensarmos em Chico Xavier, em Divaldo Franco, em suas falas sobre a lei de causa e efeito.

A quem julgue que o filme não tem ação, mas a história adaptada para o cinema de Gasparetto precisa transitar suavemente de um tema para o outro e não abruptamente…

Não é sobre fantasmas de filme de terror, é sobre o passado, o presente.

É muito do que fazemos de nossas vidas e às vezes as escolhas erradas, podem vir a serem as certas.

Se o bem comum se harmoniza e nos é pedido alguma aceitação, também é sobre as nossas escolhas e renuncias.

Lógico que Nada é Por Acaso é um filme espiritualista, a quem não  acredite, mas vale conferir essa bela adaptação para a telona e vale por ser um filme nosso.

Os atores fizeram belas interpretações, o filme foi filmado em 2019 em Curitiba.

Sinopse:
Marina (Giovanna Lancellotti) volta de uma viagem com cinco milhões de reais em sua conta. Agora, ela só quer seguir em frente sem olhar para trás e encarar o que fez. Contudo, os encontros constantes entre Marina, Maria Eugênia (Mika Guluzian), Henrique (Tiago Luz) e o filho do casal, não podem ser apenas uma coincidência. As duas mulheres vão descobrir que estão unidas por laços de amor e amizade que remontam para além dessa vida.

Elenco:
Giovanna Lancellotti – Marina Souza/Sofia
Rafael Cardoso – Rafael Villard
Mika Guluzian – Maria Eugênia/Maria
Tiago Luz – Henrique
Werner Schünemann – Bernardo
Raquel Rizzo – Adele
Fernando Alves Pinto – Pierre
Laura Proença – Norma
Cleo Queiroz – Eunice
Anastácia Custódio – Ofélia
Danielle Martini – Elvira
Camille Bonnenfant – Jamille
Guilherme Garcia – Cícero
Luma Rangel – Marcia
Bela Russo – Ana
Eduardo Giacomini – Gilberto
Pablito Kucarz – Denis
Ed Canedo – Afranio
Henry Kovalski de Brito e Yan Kovalski de Brito – Dionísio – 01 ano – Gêmeos

Ficha Técnica:
Direção: Marcio Trigo
Produção: Tomislav Blazic e Saulo Moretzsohn
Coprodução: Paulo Aragão (Orange Entretenimento) – Estação Luz Produções
Produtor Executivo: Rica Lima
Gerência de Produção: Ana Claudia Flexa Ataide
Roteiro: Audemir Leuzinger e Claudio Torres Gonzaga
Gerente Administrativo / Jurídico: Eliana Jardim
Gerente Financeira: Iara Reis
Controller: Iracema Supeleto

Distribuição: Imagem Filmes

Sobre a Imagem Filmes:
Imagem Filmes é uma empresa nacional que atua no mercado de entretenimento do país como distribuidora de filmes independentes. Comprometida com a qualidade e variedade de produções, a empresa trabalha nos segmentos de cinema e televisão, e é responsável pelo lançamento de grandes produções nacionais, onde destacam-se: “Veneza”, “Ela Disse, Ele Disse”, “Carcereiros: O Filme” e “É Fada!”. Além das produções internacionais, como o premiado “VICE” e sucessos como “Pinóquio”, “Legado Explosivo”, “Rambo: Até o Fim”, “Amizade Maldita” e “Maria e João: O Conto das Bruxas”.

Sobre o produtor Tomislav Blazic:
Produtor da trilogia para o cinema “Polícia Federal – A Lei é Para Todos”, três longas do gênero thriller político e ação ficcional, baseados em fatos reais, sobre os bastidores da Operação Lava Jato. O primeiro filme teve sua estreia em setembro de 2017 e foi a maior bilheteria do ano.
Diretor de produção e produtor executivo da J.B. Tanko, produtora dos longas do grupo Os Trapalhões, que figuram entre os filmes mais vistos da história do cinema brasileiro.
Produtor de três edições do Rock in Rio, Free Jazz Festival, Fórmula 1, Hollywood Rock e Hollywood Motocross.
Produtor executivo de muitas coproduções internacionais, como “007 contra o Foguete da Morte” (“Moonraker”), longa de 1979 da franquia James Bond, filmado no Pão de Açúcar com o ator Roger Moore, e “Anaconda”, blockbuster de 1997 com Jon Voight e Owen Wilson, ambientado na Amazônia.
Produziu o longa-metragem “Vestido pra Casar”, com Leandro Hassum, sucesso de bilheteria em 2014.
Atualmente está preparando os filmes “Festa do Peão de Barretos”, “Sexo & Destino”, “Figner – O Som do Coração” (baseado na obra “Voltei” de Chico Xavier), e “Neuróticas!” com Flávia Reis e a série “Meu Jeito Certo de Fazer Tudo Errado” de Luiza Trigo e Klara Castanho.