Com direção de João Fonseca, o longa traz Samantha Schmütz, Edmilson Filho, Flávia Reis, Leandro Soares, Fernando Caruso e Flávio Bauraqui.
Não Vamos Pagar Nada terá lançamento multiplataforma: a partir do dia 8 de outubro em cinemas selecionados.
E, no dia 15 de outubro, pelo selo Première Telecine, estreia simultaneamente no streaming e no canal Telecine Premium.
O longa também estará disponível para aluguel em outras plataformas digitais a partir do dia 15.
A grana tá curta pra todo mundo e, sem emprego, não dá pra fazer nem as compras do mês.
Mesmo assim, a dona de casa Antônia não perde o bom humor. Na comédia Não Vamos Pagar Nada, que estreia em outubro de 2020, Samantha Schmütz é dirigida por João Fonseca, tantas vezes premiado no teatro, que agora dirige seu primeiro longa-metragem.
Produzido por A Fábrica, o filme retrata, de forma farsesca, o Brasil atual, com um olhar ácido e hilariante mas esperançoso sobre costumes, moral, desigualdade econômica e relações de poder nas sociedades contemporâneas. Adaptado da aclamada peça de Dario Fo, italiano vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1997, o roteiro do carioca Renato Fagundes se apoia no exagero e na ironia das situações cotidianas, muitas vezes surreais.
No papel de Antônia, Samantha Schmütz lidera o elenco estelar composto de alguns dos maiores comediantes do Brasil, como Edmilson Filho, Flávia Reis, Leandro Soares, Fernando Caruso e Flávio Bauraqui.
Antônia é uma mulher que corre atrás, mas que está frustrada com a falta de oportunidades de emprego. Ela sempre consegue apertar o orçamento doméstico para fazer com que o salário do marido, João (Edmilson Filho), sustente a casa. E não se trata de um caso isolado: quase todos os moradores de seu bairro passam pelas mesmas dificuldades. E os que ainda têm emprego estão com medo de serem demitidos.
Quando ela vai fazer as compras do mês, porém, fica indignada com os preços abusivos do único mercado da vizinhança e arma um escândalo com o funcionário do estabelecimento – interpretado por Criolo, em participação especial – que está remarcando os preços. Para piorar, Antônia descobre que o novo dono se recusa a vender fiado, deixando na mão todos os fregueses que estavam acostumados a pendurar a conta.
Com fome e sem dinheiro para comprar o básico, o que seria uma simples ida às compras se transforma em uma grande discussão com o dono do mercado (Roberto Lobo), principalmente depois que ele chama os clientes de “arruaceiros”.
Em meio à confusão, o grupo se rebela e anuncia: “Não vamos pagar nada!”. A partir daí, começa uma rebelião e um corre-corre para esvaziar as prateleiras antes da polícia chegar. O realismo cômico e popular dos acontecimentos ganha contornos hilários à medida que Antônia e sua melhor amiga, Margarida (Flávia Reis), precisam usar a criatividade para esconder, em suas casas, os alimentos roubados, já que os maridos nem desconfiam da confusão, e as buscas da polícia na região abrem brecha para as mais divertidas revelações.
A peça original “Non si paga! Non si paga!” foi escrita em 1974 pelo casal italiano Dario Fo, célebre dramaturgo conhecido por suas sátiras políticas, e Franca Rame.
BASEADO NA PEÇA “Non si paga! Non si paga!”, de DARIO FO
Direção:João Fonseca
Produzido por Luiz Noronha
Adaptação e Roteiro Renato Fagundes
Produção Executiva Cecilia Grosso, Samanta Moraes e Cláudia Novaes
Produtor Associado Carlos Diegues
Diretor de Fotografia Julio Constantini
Diretor de Arte Denis Netto
Figurino Nello Marrese
Maquiagem Mari Pin
Produção de Elenco Marcela Altberg
Supervisão de Som e Mixagem Ricardo Cutz
Som Direto Marcel Costa
Montagem Bernardo Pimenta
Trilha Sonora Original Lucas Marcier, Fabiano Krieger e Pedro Sodré
Diretora Assistente Leticia Prisco
DEPOIMENTOS:
Como foi a experiência de dirigir um longa-metragem pela primeira vez?
João Fonseca:É um mundo novo para mim, o do cinema, e ao mesmo tempo é algo muito presente na minha vida e na minha carreira, nas minhas peças. Toda a minha bagagem teatral veio para esse filme, no sentido de que a gente fez um filme baseado numa peça de teatro. É diferente, porque o tamanho é diferente, a interpretação ganha alguns contornos diferentes, mas a base é a mesma.
Quais são as diferenças entre dirigir o ator de teatro e o de cinema?
João Fonseca:É muito difícil ser ator de cinema. Você tem que entrar em determinado estado emocional de repente, estar ali com aquela emoção e saber o que você vai fazer. Por isso, no set, eles [atores] brincavam, mantinham o jogo deles vivo, e às vezes a gente estava trabalhando no intervalo e era difícil, porque a gente precisa se concentrar enquanto eles estão fazendo uma zona.
A construção do ator de cinema é de muita precisão para fazer o personagem fora de ordem. E, na comédia, além de tudo, você tem que respirar naquele tempo específico, olhar daquela forma. Eu desisti de ser ator por isso, porque tem muita gente melhor!
Os atores se conhecerem e terem intimidade uns com os outros faz diferença?
João Fonseca: É um grupo muito especial e que já tem alguma história anterior. A Samantha já tinha trabalhado com o Edmilson, com o Caruso, com a Flávia, com o Flavinho, então eles já tinham alguma intimidade, e isso é muito bom para o filme. Em algum nível, a admiração, o calor e a diversão dos atores são passados para o filme.
Como você descreve a Antônia, sua personagem?
Samantha:A Antônia é uma mulher muito guer-reira, trabalhadora e casada com um marido muito honesto, muito certinho, é uma típica brasileira sobrevivendo. A situação em que essa personagem se encontra é muito diferente das minhas outras personagens.
Ela é uma mulher casada, mais madura, sabe realmente a dureza da vida. Eu e ela temos em comum o fato de sermos guerreiras e querermos trabalhar e correr atrás. Entrar e sair do personagem é algo muito técnico. É, primeiramente, interior. Eu acho que o texto já te dá muito do personagem.
Como foi a dinâmica do elenco no set de filmagens?
Samantha: É realmente muito bom trabalhar com quem você já tem intimidade, com quem você sabe que vai ter troca, então o set foi uma grande diversão. A galera estava muito bem preparada, a gente só ia para o campo e jogava.
Edmilson:O João é muito certinho, ele prefere passar necessidade a pedir ajuda a outras pessoas ou a comer uma comida roubada. Ele prefere passar fome. Ele acha que está no controle da situação toda, mas, no meu entendimento, quem manda mesmo na história toda é a Antônia.
Ele também é inocente, porque a Antônia conta as histórias, e ele facilmente acredita. Tudo que ela diz sobre uma novidade tecnológica ou da medicina ele sai contando para outras pessoas como se ele tivesse aquele conhecimento.
Como foi convidado para o projeto?
Edmilson: Ano passado, a Samantha me ligou e disse: “Tem um filme aqui que eu acho que pode ser bom para você”. Toda relação de atuação vem em cima da confiança. Quando você confia que o outro vai estar à altura para bater uma bola com você, isso com certeza vai transparecer na câmera.
Fui ler o roteiro e pensei: “Cara, vou ser o marido dela”, e deu muito certo. A gente tem essa química que eu mencionei anteriormente, da comédia, do tempo, a gente conversa muito antes de gravar para ter o entendimento de como essa cena vai decorrer. O principal é isso, a confiança um no outro e saber que vai entregar. É um trabalho descontraído, mas que ao mesmo tempo tem muita seriedade.
Quais são as semelhanças entre Edmilson e João?
Edmilson: Do Edmilson no João eu acho que tem o tempo das reações, eu tento trazer uma coisa física.
Ele fala um negócio e depois ele meio que para e fica pensando. Este não é um filme físico, como eu fiz nos meus outros trabalhos, onde eu pude usar uma expressão corporal maior.
Neste, eu quero dizer muito sem dizer nada, só com um olhar, um gesto, uma boca. Isso é uma coisa que eu trago do Edmilson do dia a dia e que me ajudou muito a fazer esse João que não se expressa através do corpo, mas muito mais através da face. Eu acho que o papel do ator e do comediante é justamente colocar sua marca no que ele faz.
Esse João poderia ser feito por milhares de atores diferentes, mas do jeito que o João vai estar no filme só o Edmilson faz, e a gente tem a liberdade de colocar isso nos personagens.
Qual foi o momento mais difícil das filmagens?
Edmilson: Uma das coisas mais difíceis que eu já fiz na história do cinema foi comer uma cabeça de galinha. Queriam fazer uma falsa, mas eu disse: “Não, eu sou ator, quero uma de verdade”. O primeiro dia foi até bom, no segundo eu não queria ver nem sentir o cheiro de galinha na minha frente. O João falou: “Agora, no final, eu quero que você coloque a cabeça da galinha toda na boca”. Quando eu botei, ele fez a cena e cortou. Quando eu tirei, vi que estava com a língua da galinha na boca.
Flávia: Margarida é a melhor amiga de Antônia, são vizinhas, moram juntas. E ela é a sonsa, se lamenta, é uma sofrida e dá muita gafe. A dificuldade em interpretar Margarida é que eu tenho a sensação de que passo o filme inteiro chorando e reclamando. Às vezes, eu pegava o texto e tinha uma cena de quatro páginas em que eu só falava “Ai”, depois “Ai”, mais na frente “Ai” de novo. E eu pensei: “Como eu vou fazer isso?”.
Foi difícil, eu sempre perguntava ao João: “Mas ela sofre o filme inteiro?”. Eu fui descobrindo junto com a Samantha essa característica meio farsesca, de uma hora estar falando a verdade e depois dar uma volta na situação. E esse processo foi muito legal porque eu sou muito fã da Samantha, ela tem muita inteligência para pensar o personagem e a cena, tem uma química. É algo muito bacana.
Como foi trabalhar com um diretor de teatro?
Flávia: É muito bom pegar um texto de teatro tendo um diretor de teatro, que é o João Fonseca, fazendo cinema. Então, estávamos em casa, deu muita alegria de fazer junto e liberdade de improvisar.
Caruso: Eu interpreto um policial civil, e é muito divertido para mim porque eu posso fazer uma vibe meio filme de ação. Eu não tenho nenhuma cena de ação, mas posso fazer uma interpretação meio Jack Baueresca. Eu imagino esse policial civil como um cara que gostaria muito de ser tipo os policiais americanos, então ele leva muito a sério o trabalho dele, ele segue uma ética, quer ser herói, mas a vida não he dá oportunidades.
Qual foi sua maior dificuldade no set?
Caruso: Oitenta por cento do trabalho do ator é encontrar um lugar para sentar no set de filmagem. O set tem uma coisa muito esquisita: primeiro eles te chamam para o set, aí você faz uma ceninha ali, e eles falam: “Agora, a gente vai trocar a lente”.
Aí, vem a galera, puxa, coloca trilho. Daqui a pouco vem outro: “Caruso, você pode dar uma licença?”. Você sai, aí, quando você finalmente senta em outro lugar, vem alguém e fala: “Caruso, estamos prontos, vamos lá, por favor?”. Parece que você não é bem-vindo em lugar nenhum! (risos)
Bauraqui: Eu faço um policial super correto, é o policial exemplo, até o momento em que ele encontra essa turma hilariante e, de alguma forma, eles vão influenciar essa corrida dele para descobrir quem roubou o supermercado e o que aconteceu.
No decorrer da história, ele tem uma grande transformação que vai surpreender os espectadores.
Eu acho que o lado criativo do brasileiro, de se virar de qualquer jeito em uma situação, é o que nos une. É exatamente essa condição humana: quando você tem fome, você fica igual ao outro. Por isso a transformação dele.
Como foi trabalhar com João Fonseca?
Bauraqui: O comandante do navio determina a viagem. E, no caso, o Fonseca é um grande diretor, ele transforma o set num lugar muito mais tranquilo, e você consegue perceber o que o diretor quer de você.
Um teatro abandonado é adquirido por um casal de líderes religiosos que planeja transformá-lo na…
Dia 22 de outubro de 2024, aconteceu na Casa Julieta de Serpa a comemoração dos…
Bruna acompanhada de seu marido o ator Carlos Alberto Riccelle recebe amigos e fãs para…
BB Seguros apresenta Kafka e a boneca viajante Com dramaturgia de Rafael Primot e…
O WDSF Breaking For Gold acontece nos dias 14 e 15 de abril no Parque…
Douglas Germano e João Poleto assinam a composição que celebra a relação da artista mineira…