“Trata-se de uma montagem histórica para o teatro nacional. Patrícia Selonk tem um desempenho monumental, construção de carne, afeto, razão desmedida, impossibilidade, flerte com o desejo humano desvairado de absoluto.” – Tânia Brandão, blog Folias Teatrais
“Em mais um grande acerto, a Armazém Companhia de Teatro equilibra com maestria o clássico e o contemporâneo nesta releitura da tragédia de Shakespeare.” – Renata Magalhães, Revista Veja Rio
“A direção de Paulo de Moraes é de um artesanato criterioso, com soluções de efeito e inteligência teatral. O primeiro ato reúne as características formais ampliadas numa sucessão de recursos surpreendentes. No segundo, o desenvolvimento da trama ganha o ritmo de um voo rasante.” –
Macksen Luiz, Jornal O Globo
Versão cênica de Paulo de Moraes para a obra-prima de William Shakespeare celebra 30 anos de formação da companhia.
Com indicações aos prêmios Cesgranrio 2017, em 6 categorias (incluindo Melhor Espetáculo e Direção) e ao 17ª Prêmio Cenym 2017, em 4 categorias (incluindo Melhor Atriz), Hamlet teve estreia nacional em junho de 2017 no Teatro I do CCBB Rio de Janeiro, fez temporadas em Curitiba, Belo Horizonte, Vitória e agora, a partir de 9 novembro, inicia nova temporada no Teatro SESI, Centro do Rio, quintas e sextas às 19:30h e sábados às 19h, até 9 de dezembro.
Acostumada a processos que resultam na criação de uma dramaturgia própria (vide Inveja dos Anjos e A Marca da Água – que levaram o Prêmio Shell de Melhor Autor em 2008 e 2012, além de O Dia em que Sam Morreu – Prêmio Cesgranrio de Melhor Texto em 2014), a Armazém Companhia de Teatro se volta agora para um outro tipo de processo, onde o que mais interessa é o seu posicionamento sobre a narrativa. Partindo da obra fundamental de Shakespeare, a ideia geral da companhia é encontrar um Hamlet do nosso tempo. Um Hamlet cheio de som e fúria. Não numa atualidade forçada, mas ressaltando aspectos da obra que dialogam com esse coquetel de conflitos contemporâneos que vemos todos os dias jorrando nas grandes cidades do mundo.
Patrocinada pela Petrobras desde 2000, a companhia completa 30 anos de existência neste final de 2017, travando um complexo diálogo criativo com um dos melhores materiais dramatúrgicos da história. Hamlet é o príncipe da Dinamarca. Seu pai morreu repentinamente de uma doença estranha e sua mãe casou-se com o irmão do falecido marido, na frente de toda a corte, depois de apenas um mês. Hamlet tem visões de seu pai, que afirma que seu irmão o envenenou, e exige que ele se vingue e mate o novo Rei (seu tio e padrasto). Hamlet se finge de louco para esconder seus planos e vai perdendo o controle sobre sua própria realidade no meio deste processo. Ou seja, a invenção teatral do século XVI de um príncipe que fingia loucura e o espírito inflamado do nosso século entraram inevitavelmente em colisão. Já não há mais fingimento. A loucura de Hamlet tornou-se a loucura do mundo.
Shakespeare representa a corte real dinamarquesa como um sistema político corrupto que se torna um labirinto esquizofrênico para Hamlet. Assassinato, traição, manipulação e sexualidade são as armas usadas na guerra para preservar o poder. No centro dessa história está Hamlet, um homem desesperadamente preocupado com a natureza da verdade, um homem notável que quer ser mais verdadeiro do que, provavelmente, é possível ser. E que exige do resto do mundo que sejam todos verdadeiros com ele. Mas é possível conhecer a si mesmo integralmente? É possível conhecer integralmente as pessoas a seu redor? Hamlet se fragmenta, nossa época o faz assim, um sujeito destrutivo, atormentado e letal.
O diretor Paulo de Moraes acredita que “é importante tratar Shakespeare como se ele fosse um genial dramaturgo recém-descoberto com algumas coisas urgentes a dizer sobre a guerra, sobre a loucura do mundo e sobre nossos líderes políticos modernos.”
A tradução ficou a cargo de Maurício Arruda Mendonça, parceiro habitual de Moraes em muitas dramaturgias montadas pela companhia. “Maurício conseguiu uma poesia sem pompa, que comunica sem perder a beleza. E é grande mérito dos atores que essa poesia chegue rasgando, ela é língua, ela é corpo, ela é carne”, comenta Paulo de Moraes.
No Hamlet da Armazém Companhia de Teatro, sete atores e atrizes dão vida aos personagens de Shakespeare: Patrícia Selonk (Hamlet), Ricardo Martins (Claudius), Marcos Martins (Polonius/ Coveiro), Lisa Eiras (Ofélia), Jopa Moraes (Laertes/Guildenstern/Ator), Isabel Pacheco (Gertrudes) e Luiz Felipe Leprevost (Horácio/Rosencrantz).
Em outubro a Armazém Companhia de Teatro apresentou A Marca da Água, seu espetáculo anterior, durante o Wuhzen International Theatre Festival 2017, localizado na província de Zhejiang, na China.
Sobre a Armazém Companhia de Teatro
Em 2017, a Armazém Companhia de Teatro comemora 30 anos de atividades ininterruptas apresentando seu novo espetáculo HAMLET no Rio de Janeiro (estreia nacional) e nas temporadas em Belo Horizonte, Curitiba e Vitória. Em outubro, se apresenta no Wuhzen International Theatre Festival, localizado na província de Zhejiang, na China, com o espetáculo A Marca da Água. Além de outras apresentações dos espetáculos em repertório. Com mais de 30 prêmios nacionais no currículo, a companhia também foi premiada duas vezes no Edinburgh International Festival ( Escócia) com o prestigiado Fringe First Award (2013 e 2014) e no Festival Off de Avignon (França) com o Coup de Couer de la Presse d’Avignon (2014).
A Armazém Companhia de Teatro foi formado em 1987, em Londrina, em meio à efervescência cultural vivida pela cidade paranaense na década de 80 – de onde saíram nomes importantes no teatro, na música e na poesia. Liderados pelo diretor Paulo de Moraes, o senso de ousadia daqueles jovens buscando seu lugar no palco impregnaria para sempre os passos do grupo: a necessidade de selar um jogo com o seu espectador, a imersão num mundo paralelo, recriado sobretudo pela ação do corpo, da palavra, do tempo e do espaço.
Com sede no Rio de Janeiro desde 1998, a companhia completa agora 30 anos de sua formação. Sempre baseando seus espetáculos em pesquisas temáticas (com a criação de uma dramaturgia própria com ênfase nas relações do tempo narrativo) e formais (que se refletem na utilização do espaço, na construção da cenografia, ou nas técnicas utilizadas pelos atores para conviver com o risco de encenar em cima de um telhado, atravessando uma fina trave de madeira ou imersos na água), a questão determinante para a companhia segue sendo a arte do ator. Busca-se para o ator uma dinâmica de corpo, voz e pensamento que dê conta das múltiplas questões que seus espetáculos propõem. E a encenação caminha no mesmo sentido, já que é o corpo total do ator que a determina.
Apesar da construção de espetáculos tão díspares e complementares como A Ratoeira é o Gato (1993), Alice Através do Espelho (1999), Toda Nudez Será Castigada (2005) e O Dia em que Sam Morreu (2014), a Armazém Companhia de Teatro segue sua trajetória sempre investindo numa linguagem fragmentada, que ordene o movimento do mundo a partir de uma lógica interna. Essa lógica interna é a voz da Armazém, talvez a grande protagonista do mundo representacional da companhia.
Ficha técnica
HAMLET
Da obra de William Shakespeare
Montagem da Armazém Companhia de Teatro
Patrocínio: Petrobras e Banco do Brasil
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil
Direção: Paulo de Moraes
Versão Dramatúrgica: Maurício Arruda Mendonça
Elenco: Patrícia Selonk (Hamlet), Ricardo Martins (Claudius), Marcos Martins (Polonius/Coveiro), Lisa Eiras (Ofélia), Jopa Moraes (Laertes/Guildenstern/Ator), Isabel Pacheco (Gertrudes) e Luiz Felipe Leprevost (Horácio/Rosencrantz)
Participação em Vídeo: Adriano Garib (Espectro)
Cenografia: Carla Berri e Paulo de Moraes
Iluminação: Maneco Quinderé
Figurinos: João Marcelino e Carol Lobato
Música: Ricco Viana
Preparação Corporal: Patrícia Selonk
Coreografias: Toni Rodrigues
Preparador de Esgrima: Rodrigo Fontes
Técnico de Palco: Regivaldo Moraes
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Fotografias e Vídeos: João Gabriel Monteiro
Programação Visual: João Gabriel Monteiro e Jopa Moraes
Produção Executiva: Flávia Menezes
Assistente de Produção: William Souza
Produção: Armazém Companhia de Teatro
A Armazém Companhia de Teatro é patrocinada pela Petrobras desde 2000.
Sinopse
Após a morte do pai por uma doença estranha e do casamento da mãe com o irmão do falecido, o príncipe Hamlet se finge de louco para esconder seus planos e vai perdendo o controle sobre sua própria realidade no meio deste processo.
Serviço
HAMLET
Da obra de William Shakespeare
Montagem da Armazém Companhia de Teatro
Direção: Paulo de Moraes
Versão Dramatúrgica: Maurício Arruda Mendonça
Elenco: Patrícia Selonk, Ricardo Martins, Marcos Martins, Lisa Eiras, Jopa Moraes, Isabel Pacheco e Luiz Felipe Leprevost
Local: Teatro SESI – Av. Graça Aranha nº 1, Centro, Rio de Janeiro (tel. 21 2563-4168)
Vendas na bilheteria: 2ª a sábado, das 12h às 20h
Vendas pela internet: https://www. ingressorapido.com.br, a partir de 25 de outubro
Capacidade de público: 350 lugares
Temporada: 9 de novembro a 9 de dezembro, quintas e sextas às 19:30h e sábados às 19h
Ingresso: R$ 40,00 (inteira) R$ 20,00 (meia-entrada)
Não recomendado para menores de 16 anos
Duração: 130 minutos
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