Villa-Lobos um teatro esquecido pelo tempo, artistas se unem para salvá-lo.
Manifestação pela reabertura do teatro Villa-Lobos!
Aconteceu (27) no bairro de Copacabana o manifesto pela reabertura do teatro Villa-Lobos, o movimento começou no Teatro Princesa Isabel, e seguiu pela rua até o Teatro Villa- Lobos, atores e populares ergueram cartazes com frases como:Cadê o teatro que estava aqui?, Esse teatro foi construído com o seu dinheiro!, 1 teatro revitaliza 1 bairro, + Cultura = a + segurança, Quanto vale um teatro fechado?, Cadê o dinheiro do seguro ?
O teatro recebeu grandes espetáculos como Hotel Paradiso, O Ateneu, As Cantoras do Rádio, Don Juan, Ópera do Malandro, Rádio Nacional, Peter Pan e O Evangelho Segundo Jesus Cristo e teve em sua trajetória diretores teatrais como:Rogério Fróes, Moacyr Deriquem e Ítalo Rossi.
Em 2010 o Villa-Lobos sofreu um incêndio, iniciado na casa de máquinas.
O fogo foi controlado pelos bombeiros, não provocando grandes danos.
Um novo incêndio, porém, voltou a atingir o local em setembro do mesmo ano, destruindo a sala de espetáculos e o palco do teatro, recém-reformados.
Selando o destino do teatro, ao descaso, a omissão dos que respondem por ele, e deixando a classe artística com muitas perguntas e todos sem os espetáculos e tanto que o teatro representou para tantas gerações e o seu público.
Ao longo da semana, diferentes artistas gravaram depoimentos em solidariedade ao ato, entre eles a cantora Elza Soares, e atores como Diogo Villela, Eliane Giardini, Kiko Mascarenhas, Paulo Betti, Ricardo Blat, Vera Fischer e outros.
Rita Elmôr (atriz) uma das organizadoras junto com Stella Maria Rodrigues (atriz) do movimento, nos deu uma pequena entrevista.
É só o começo, queremos chamar atenção para o que está acontecendo aqui, as pessoas puderam entrar e ver, e ficamos chocados!
Nos deparamos com um teatro que não existe mais, que está em escombros.
Completamente abandonado, com um espaço cheio de água, com mosquitos…
Outro teatro que tinha ali atrás que virou floresta, mata.
É uma vergonha, isso está assim há sete anos.
Alguém recebeu o dinheiro do seguro, queremos saber quanto foi esse dinheiro, quem recebeu e o que fizeram com esse dinheiro, porque aqui não foi usado!
Parece que tem um projeto com um valor que tornou inviável a reconstrução desse teatro.
E está assim há sete anos, nos vamos lutar, é só o começo.
Queremos primeiro as respostas, depois vamos fazer um planejamento junto com os gestores culturais e reerguer esse teatro!
Esse teatro é da população, é nosso, nós queremos o nosso teatro de volta.
A luta só começou.
Dani Barros, Daniel Dantas, Tereza Seiblitz, Fernando Reski, Drica Moraes, Adriana Birolli, Marcio Azevedo, Letícia Isnard, Daniel Barcelos Jaimovich, Ana Zettel e Sura Berdichevsky como outros artistas mostraram sua indignação ao estado deplorável do teatro, ao qual muitos tem lembranças de peças teatrais e cursos.
Sura Berdichevsky (atriz, diretora teatral) que tinha um curso de formação de atores no local por doze anos, lamenta a situação do teatro e o seu estado a céu aberto com poças d´água e sem qualquer vestígio do palco que tanto representou e formou atores e atrizes.
O protesto ocorreu no Dia Internacional do Teatro e uniu vários artistas, realizadores culturais e diferentes movimentos teatrais, como a Mater e a Liga Teatral .
Em resposta à falta de informações e de ações que evidenciem uma mudança na atual situação do Teatro Villa-Lobos.
Lembrando que existem outros teatros fechados e esquecidos pelos seus gestores.
Sobre o teatro Villa-Lobos
Estilo: dominante Moderno
Projetado por Raphael Matheus Peres.
Financiado pela Fundação Estadual de Teatros do Rio de Janeiro (Funterj) e idealizado por Adolfo Bloch e Geraldo Matheus.
Construção: 1978
Abriu suas portas em 8 de março de 1979, tendo a primeira peça sido encenada no dia seguinte, Pato com laranja, estrelada por Paulo Autran e Marília Pêra.
Capacidade: 463 lugares
Estado de conservação: Inexistente
Foto de capa:Rita Elmôr, Sura Berdichevsky, Drica Moraes, Letícia Isnard e Adriana Birolli.
Crédito das fotos: Sanny Soares, Cidade da Mídia