The Young Pope ame-o ou deixe-o/crítica.
The Young Pope série de Paolo Sorrentino, cineasta italiano e vencedor do Oscar por “A Grande Beleza/2013” estreou nesse sábado, dia 29 no Canal Fox Premium.
Lenny Belardo (Law) é o primeiro papa norte-americano, eleito pelo conclave na esperança de um futuro inovador para a igreja, mas será que fizeram uma escolha acertada?
Conferimos e a série nos prega muitas peças, um papa vaidoso, dissimulado, frio, conservador… Que tem algo de misterioso, esconde e sabe que é o pilar do estado chamado Vaticano, nele o poder começa e termina.
Sua vaidade é algo palpável e salta aos olhos dos que o cercam, e podemos perceber toda uma trama contra o seu pontificado.
Um papa fumante? Um papa hostil? Que amedronta?
Percebemos algo de engraçado, algo de seriedade em seus diálogos, quase podemos nos perder em seu cinismo inteligente.
Cinismo esse que chega a nos conquistar, pois nos é apresentado um jovem vestido de papa, com uma beleza que agrada, ele sabe dessa soberania.
Jude Law em 2004 foi eleito o homem mais bonito do mundo.
Lenny (Law) é determinado e sabe como desempenhar o seu papel, enganam-se quem o escolheu achando que ele seria um papa guiado pelos “conselhos” dos mais velhos.
Foi eleito com a benção do Cardeal italiano Voiello (Silvio Orlando), este deduziu que fosse uma marionete…
O Jovem papa passa longe de ser inofensivo, age como uma raposa e finge aceitar conselhos, e volta com uma ironia de mestre…
Podemos arriscar que The Young Pope será o livro de cabeceira dos fãs de séries.
Percebemos que a proposta não é atingir a igreja Católica e nem fazer comparações.
O papa fictício nos chocou em sua primeira homilia, falou aos fiéis bravamente e defendeu a legalização do aborto, a união homossexual, que os sacerdotes podem e devem fazer sexo.
Mas foi um sonho do jovem papa, quase que uma ironia…
Lenny é austero e moderno, não permite demonstração de afeto, e suas ordens são inquestionáveis.
Um papa que é avesso a fotos e não permite a sua imagem em nenhuma lembrança do Vaticano.
Que joga tênis, anda de chinelos, faz ginastica, aprecia um banho de Sol e cita figuras da cultura pop como Daft Punk, dentre outras .
Sendo perguntado se acredita em Deus em sua confissão por Gutierrez ( Javier Cámara) , ele retruca: Não, mas em seguida afirma: Sim, olhe lá para cima, é a casa de Deus.
Vamos saborear cada capítulo assistido dessa controversa trama que tem no elenco Diane Keaton como a Irmã Maria, que cuidou de Lenny quando criança, foi abandonado por seus pais.
Personagem que tem influência e a quem o jovem papa confia.
Considerações:
The Young Pope tem o seu selo próprio, a série vem com uma proposta do pensar, dos dogmas, das crenças, da relação entre os homens, do poder.
Todos os temas que influenciam e nos questionam.
O Poder por opção, acima de tudo, as dúvidas que nos cercam.
Vale conferir a série e dar lhe um voto de confiança.
Crítica por Sanny Soares/ Rio de Janeiro
The Young Pope,
Série: da HBO exibida pelo canal Fox Premium.
Criador: Paolo Sorrentino (2016)
Status: Série renovada
Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando, Javier Cámara, Scott Shepherd, Cécile de France, Ludivine Sagnier, Toni Bertorelli e James Cromwell.
Gênero: Drama
País: EUA, Itália
Sobre o criador:
Paolo Sorrentino (Nápoles, 31 de maio de 1970) é um cineasta e roteirista italiano.
Obteve reconhecimento internacional em 2004 por Le conseguenze dell’amore, que venceu diversos prêmios e concorreu a Palma de Ouro de Cannes.[1]
Realizou Il Divo em 2008 e This Must Be the Place em 2011, este último falado em inglês.
Seu filme La grande bellezza , título em português A Grande Beleza obteve diversos prêmios, entre os quais o Oscar de melhor filme estrangeiro de 2014, o Globo de Ouro de 2014 e o BAFTA de melhor filme em língua estrangeira.